Um blog criado para informar, discutir, opinar e contribuir para melhorar a comunicação entre a comunidade escolar agricolina (incluindo egressos) do IFPA Campus Castanhal (antiga Escola Agrotécnica Federal de Castanhal / PA).
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Movimentos reafirmam suas proposições para Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
Após a realização de vários seminários regionais e nacionais, as organizações e movimentos ligados à Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e à Produção Orgânica se reuniram com o governo federal para debater os termos do decreto a ser assinado pela presidenta da República instituindo a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O Diálogo Governo e Sociedade Civil – Devolutiva da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica ocorreu no auditório do Palácio do Planalto, em Brasília, na última sexta-feira (18). O evento contou com a participação do Ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e de representantes dos ministérios envolvidos no processo. A previsão é que o decreto seja assinado no próximo mês, por ocasião da Rio+20.
De acordo com Gilberto Carvalho, a agroecologia tem assumido crescente importância nas pautas políticas do governo. Segundo ele, o governo tem o papel de fazer obras físicas e de estrutura, mas também de disputar valores e contribuir para o desenvolvimento de um projeto de nação que contemple concepções éticas e políticas. Carvalho reconheceu a importância das iniciativas da sociedade civil na origem desse processo e a necessidade da militância na concretização e continuidade dessas propostas.
“Esse programa de agroecologia tem importância na construção do novo Homem, na relação dos humanos com a natureza. Há países que acham que o Terceiro Mundo não deve crescer, que devemos conservar um ambiente que eles destruiram. Vamos defender na Rio+20 o crescimento com inclusão e distribuição de renda justa. Crescer, incluir e cuidar. O atual modelo de desenvolvimento tem nos levado à destruição. Precisamos da militância, e que seja mais um passo firme e forte na construção de um modelo agroecológico. Esse é o futuro que devemos construir”, destacou o ministro da Secretaria Geral.
Questionado pelo fato de a minuta de decreto apresentada pelo governo não refletir a essência e muitas propostas dos movimentos, apesar dos seminários e reuniões anteriormente realizadas com a sociedade civil, Carvalho avaliou que é importante a crítica e o que as primeiras formulações ainda estão abertas a modificações.
“Estou acolhendo a crítica e vou rediscutir com o pessoal, mas eu penso que não devemos considerar isso como ponto final. É um processo dinâmico e temos grande interesse nesse diálogo, que não pode ser falso. Não vamos considerar o documento como definitivo. Essa contribuição vai ser ouvida, e foi bom o alerta porque eu vou trabalhar essa perspectiva”, declarou Secretário Geral da Presidência.
Representando a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Paulo Petersen, Coordenador Executivo da AS-PTA e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, saudou a iniciativa do governo federal de elaborar a Política e de convocar a sociedade civil para o debate. Destacou que frequentemente as organizações sociais são encaradas unicamente pelo seu lado ideológico e que não apresentam propostas concretas e realizáveis.
“Entregamos ao governo um documento com diretrizes políticas e ações. Saímos desse processo bastante fortalecidos e com enormes expectativas do que vai ser anunciado oficialmente. A sociedade brasileira compreende cada vez mais e melhor o papel e o significado da proposta agroecológica para o desenvolvimento rural. Não sem razão, a agroecologia será um dos temas centrais e polarizadores da Cúpula dos Povos na Rio +20. O modelo de desenvolvimento rural dominante está falido ambiental, social e economicamente. Essa é uma constatação que se generaliza no mundo inteiro. É por isso que a comunidade internacional está atenta ao que estamos produzindo aqui no Brasil e espera que sinalizemos caminhos criativos e ousados para que os grandes desafios alimentares, ambientais, energéticos e sociais com os quais a Humanidade se depara possam ser superados”, disse.
Paulo assinala que a função social da terra é uma das premissas centrais que fundamentaram a elaboração das propostas pela ANA à Política. É isso o que justifica a prioridade atribuída à retomada da reforma agrária e o protagonismo da agricultura familiar camponesa e dos povos e comunidades tradicionais como elementos inseparáveis da construção da agroecologia. Além disso, ressalta que a agroecologia não pode ser pensada como uma estratégia para o fortalecimento de um segmento econômico de nicho. Para a ANA, uma Política de Agroecologia deve ao mesmo tempo prever ações que favoreçam a transição do modelo agrícola para padrões mais sustentáveis e ações que penalizem o avanço e coloquem obstáculos à continuidade da agricultura industrial. Dentre as propostas concretas da ANA, algumas são estruturantes e imprescindíveis, como um Programa Nacional de Redução do Uso de Agrotóxicos, um Programa Nacional de Agrobiodiversidade que revalorize os recursos genéticos locais em benefício da autonomia dos agricultores, e a reorientação do enfoque das políticas de assistência técnica e financiamento para a agricultura familiar. “Os dados comparativos dos últimos censos agropecuários não deixam margem a dúvidas que as atuais políticas para a agricultura familiar vêm provocando brutal concentração de renda na categoria, além de aumento da dependência estrutural às indústrias e às instituições financeiras. Essa é a razão pela qual o tema do endividamento vem assumindo nos últimos anos lugar central nas agendas de negociações dos movimentos sociais com o governo. Para que avancemos em um projeto de nação mais democrático e sustentável, como defendeu aqui o Ministro Gilberto Carvalho, precisamos romper com o viés produtivista que caracteriza as políticas públicas”, defendeu Petersen.
Representando o setor da produção orgânica, Romeu Leite, Presidente da Câmara Temática da Agricultura Orgânica, ressaltou que a legislação brasileira dos produtos orgânicos é avançada e includente, mas se restringe à regulamentação e não traz em seu cerne o fomento e mudança nos padrões.
“Esperamos que a Política Nacional mude o modelo de desenvolvimento rural. Somos os campeões no consumo de agrotóxicos e precisamos de um programa nacional para a redução do consumo desses produtos que ao mesmo tempo estimule o uso de insumos orgânicos ou naturais. Falta pesquisa nesse campo para que novas tecnologias possam ser desenvolvidas. A assistência técnica é importante não só para a produção. Ela pode ser importante para que os jovens fiquem no campo. Temos uma série de parceiros no governo, mas eles não são eternos nessas estruturas e precisamos de continuidade”, ressaltou.
Grupo de Trabalho Interministerial
O Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), composto pelos Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura e do Desenvolvimento Social, além do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou o documento Brasil Agroecológico, que serviu de base para o evento. O documento contextualiza o processo de construção da Política, aponta seus objetivos e diretrizes, e outros elementos que orientam seu funcionamento.
Francisco Gaetani, Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que existe apoio do governo para a implantação da Política, mas reconhece que o tema gera conflitos internos e implica reorientação das agendas dos ministérios.
“A proposta tem certo acúmulo, mas tem que engrossar o caldo. Precisamos discutir a gestão desse projeto. É uma agenda que divide, pois não é desprovida de opositores fora e dentro do governo, além da mídia. Precisamos avançar na tradução do que está proposto, com medidas mais orgânicas e que sejam implementadas. Convencer o próprio governo da importância dessa agenda, para que ele a assuma de forma mais plena”, afirmou.
O secretário Executivo Adjunto da Casa Civil, Gilson Bittencourt, também atentou para o fato de o tema ser de fácil discussão na sociedade e no governo, mas difícil tratamento na transformação dos discursos em ações práticas. Ele defendeu que a produção orgânica não deve ser pensada para uma minoria.
“A gente sente as divergências e dificuldades. Temos que avançar em ações de governo para melhorar aspectos de produção, insumos, tecnologia, e daí a importância da assistência técnica, que precisa estar qualificada. Tem que pensar na retirada desses entraves, na ampliação do número de produtores por um lado e por outro o desafio do consumo”, observou.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Secretário da Agricultura Familiar, Laudemir Müller, se comprometeu politicamente com essa ação. Para ele, a alimentação mais saudável e a vida melhor no campo fazem parte de um projeto nacional.
“O meio rural brasileiro não pode ter miséria extrema, tem que ter renda com um sistema de produção mais sustentável: com a agroecologia. Não partimos do zero, mas temos que fazer muitos ajustes e criar novas coisas. Dar um sentido estratégico para os instrumentos, na direção de um caráter agroecológico para nossa produção. Trabalhar de forma articulada, e toda a nossa estrutura está comprometida com esse processo”, declarou.
Plenária final
Os movimentos e representantes da sociedade civil se reuniram em três grupos temáticos para negociar com o governo alterações na minuta do decreto que lhes foi apresentada. Um relator de cada grupo apresentou as proposições para a plenária, que decidiu montar uma comissão de negociação com 6 membros da sociedade civil para se reunir com os ministérios até a implementação do decreto. Dentre as propostas prioritárias, foi reforçada a criação de territórios livres de transgênicos e agrotóxicos, além de medidas urgentes para reduzir a produção com venenos, como a retirada de isenções fiscais na sua produção e comercialização e o banimento de produtos já banidos em outros países. As sementes crioulas também foram priorizadas pelas entidades da sociedade civil, que reivindicaram a garantia de acesso aos bancos genéticos da Embrapa e a revisão das regras de transgênicos, assim como a redução das desigualdades de gênero.
Agilizar o processo de regulamentação de insumos orgânicos, rever os mecanismos de créditos e chamadas de Assistência Técnica Rural (Ater), dentre outras propostas, foram relatadas por Eugênio Ferrari, da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
“Avançamos no diálogo com o governo em torno à proposta do decreto, mas entendemos que o diálogo em torno das medidas estruturantes está apenas se iniciando. É preciso pensar uma estratégia de ampliar o alcance e o impacto dessas medidas. É necessário que lancemos essa Política com algumas propostas mais ousadas, mesmo sabendo que alguns interesses serão contrariados. É necessário também uma demonstração do governo de compromisso com uma política que vai orientar, mesmo que paulatinamente, um projeto de nação”, disse.
O Conselho Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que será um espaço de participação da sociedade, foi proposto em plenária como de caráter consultivo e ligado à Secretaria Geral da Presidência da República. Diogo Sant’ana, Chefe de Gabinete da Secretaria Geral da Presidência da República, afirmou não “fugir da raia”, mas que é preciso discutir internamente. Além do Conselho, a proposta é que a Política institua também uma Câmara Intergovernamental. A realização de Conferências estaduais e nacionais para monitorar os encaminhamentos da Política também foi sugerida.
“Foi um passo histórico rumo a um Brasil com uma agricultura e desenvolvimento melhor. Fica uma tarefa de curto prazo para a gente dar uma resposta objetiva, e fazer com que esse Brasil agroecológico seja bem cuidado. É muito importante dar efetividade à política e com escala. Acho que já temos vários elementos importantes para isso. O governo vai ter que ver não só o financiamento, mas também a gestão. Então sua capacidade de articulação é um elemento central, para que as ações ocorram em sinergia. Um projeto nacional com agroecologia indica o caminho para um Brasil melhor”, disse Diogo Sant’ana no encerramento do seminário.
Após a realização do evento, Silvio Gomes de Almeida, coordenador executivo da AS-PTA e do Núcleo Executivo da ANA, avaliou que o encontro constituiu um grande avanço no debate da agroecologia no Brasil dentro de um processo que segue em curso. Segundo ele, as organizações, movimentos sociais e redes que compõem o “campo agroecológico” saíram fortalecidos em sua unidade e em sua capacidade propositiva, e foi aumentada e qualificada a participação da sociedade civil junto ao Estado na construção da Política. Por outro lado, as medidas imediatas propostas pelo governo são extremamente tímidas e ficaram muito aquém das expectativas, criadas, inclusive, pelo próprio governo.
“As propostas concretas anunciadas dão claros indicativos da vocação que o governo tenciona atribuir à Política de Agroecologia. Independentemente da pertinência de medidas consideradas individualmente, elas se orientam em seu conjunto para conceber a Agroecologia e os sistemas orgânicos de produção como um nicho de mercado, um enclave produtivo e de consumo, e não chegam a questionar os padrões de produção e consumo que marcam o atual modelo insustentável do desenvolvimento rural. Falta às propostas um nexo que as vincule a uma perspectiva estratégica de transformação da agricultura”, criticou.
(*) Fotos de Martim Garcia/Ministério do Meio Ambiente.
FONTE: http://www.agroecologia.org.br
sexta-feira, 4 de maio de 2012
ABRASCO lança dossiê sobre impactos dos agrotóxicos
A Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva -
ABRASCO - lançou neste domingo o dossiê "Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde".
O documento foi apresentado no World Nutrition, congresso mundial de nutrição
que ocorre no Rio de Janeiro.
O dossiê é um alerta da ABRASCO à sociedade e ao Estado brasileiro. Registra e difunde a preocupação de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada ascendente de uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, com severos impactos sobre a saúde pública.
Segundo Fernando Carneiro, professor da UnB e um dos organizadores do dossiê, o documento reúne evidências suficientes para a tomada de decisão pelos órgãos públicos: "O principal impacto que esperamos deste dossiê é tirar da inércia a estrutura do estado em relação aos riscos que os agrotóxicos oferecem à população e ao meio ambiente."
O presidente da ABRASCO, Luiz Augusto Facchini, disse que o uso indiscriminado de agrotóxicos gera preocupação: "Neste sentido, o dossiê aponta estratégias, como o fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia para produção de alimentos saudáveis."
O dossiê é um documento em construção, e este lançamento se refere à Parte 1 - Agrotóxicos, Segurança Alimentar e Saúde. Sua principal contribuição são 10 propostas que constam no final do documento. A primeira delas é a implantação da Política Nacional de Agroecologia, como um impulso a um modelo alternativo de desenvolvimento para o campo.
Veja o dossiê aqui: Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde.
O dossiê é um alerta da ABRASCO à sociedade e ao Estado brasileiro. Registra e difunde a preocupação de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada ascendente de uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, com severos impactos sobre a saúde pública.
Segundo Fernando Carneiro, professor da UnB e um dos organizadores do dossiê, o documento reúne evidências suficientes para a tomada de decisão pelos órgãos públicos: "O principal impacto que esperamos deste dossiê é tirar da inércia a estrutura do estado em relação aos riscos que os agrotóxicos oferecem à população e ao meio ambiente."
O presidente da ABRASCO, Luiz Augusto Facchini, disse que o uso indiscriminado de agrotóxicos gera preocupação: "Neste sentido, o dossiê aponta estratégias, como o fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia para produção de alimentos saudáveis."
O dossiê é um documento em construção, e este lançamento se refere à Parte 1 - Agrotóxicos, Segurança Alimentar e Saúde. Sua principal contribuição são 10 propostas que constam no final do documento. A primeira delas é a implantação da Política Nacional de Agroecologia, como um impulso a um modelo alternativo de desenvolvimento para o campo.
Veja o dossiê aqui: Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde.
(*) Matéria reproduzida
da da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Programa PROEXT– IFPA abre seleção para Curso de Especialização em Educação do Campo, Agricultura Familiar e Sustentabilidade na Amazônia
O curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Educação do Campo, Agricultura Familiar e Sustentabilidade na Amazônia será ofertado na modalidade da alternância pedagógica e organizado em cinco eixos temáticos: 1) Educação do Campo e Agricultura familiar (60 horas); 2) Trabalho e Sistema de Produção no Campo (90 horas); 3) Organização Movimentos Sociais e Políticas Públicas (80 horas); 4) Desenvolvimento Sustentável e Economia Solidária (80 horas) e 5) Agroecologia e Sustentabilidade na Amazônia (50 horas).
A duração do curso é de um ano, a contar da data de início das aulas. 25 vagas, em nível de Especialização, serão disponibilizadas para os candidatos que já possuem o nível superior completo e 25 vagas, em nível de Aperfeiçoamento, serão ofertadas para os candidatos que possuem o nível médio completo, ou superior incompleto no ato da matrícula.
As vagas são destinadas a educadores(as) das escolas das comunidades atendidas pelo Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio do IFPA Castanhal Turmas: PRONERA (2006 – 2010); PROEJA: Egressos do Saberes da Terra (Turmas 209 – 2011 e 2011 -2013) e Quilombolas turma (2010 – 2012). Veja quais são:
MUNICÍPIO |
COMUNIDADES |
Igarapé-miri |
Rio das Flores |
Paraíso |
|
Rio Baixo Anapú |
|
Rio Cotijuba |
|
Ipixuna do Pará |
Nova Vida |
Santo Antônio |
|
São Pedro da Água Branca |
|
Santo Antônio |
|
Mojú |
Assentamento Calmaria II |
Poacê |
|
Ribeira |
|
Assentamento KM. 53 Agrovila |
|
Tailândia |
Assentamento Calmaria II |
Garrafão do Norte |
Arapuã |
Castanhalzinho |
|
Concórdia do Pará |
São Sebastião, KM. 10 Jauíra |
Santo Antônio |
|
N. Senhora do Perpétuo Socorro. |
|
Igarapé João |
|
Nossa Senhora das Graças Vila do Cravo |
|
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro |
|
Castanhalzinho Timboteua |
|
Vila do Galho |
|
Campo Verde |
|
Ipanema |
|
Igarapé Ipanema |
|
Ipanema Alto |
|
São Domingos do Capim |
São Raimundo Nonato |
São João Batista Patrimônio |
|
São Francisco do Pará |
Canaã |
Ananindeua |
Abacatal |
São Miguel do Guamá |
Santa Rita de Barreira |
Tomé-Açú |
Marupaúba Beira-Rio |
Acará |
Colatina |
AssentamentoSanta Maria I |
|
Castanhal |
AssentamentoSão João Batista |
Santa Bárbarado Pará |
AssentamentoAbril Vermelho |
Mosqueiro-Belém |
Assentamento Mártires de Abril |
Abaetetuba |
PAE São João Batista |
TOTAL - 16 |
38 |
Em caso de dúvida o candidato pode entrar em contato pelo telefone: (91) 91201849.
Carta política da Conferência Nacional de ATER
A 1ª Conferência Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural (CNATER) foi realizada nos últimos
dias 23 e 26 de abril, em Brasília. A conferência reuniu envolveu
trabalhadores rurais, povos tradicionais, organizações governamentais e
não governamentais, entre outros atores sociais na reafirmação da
importância da ATER de qualidade. Abaixo, a carta política da CNATER.
Confira.
DECLARAÇÃO POLÍTICA DA 1ª CONFERÊNCIA NACIONALDE ASSI STÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL
Nós, delegados/as da 1ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural - CNATER, que envolveu no processo de preparação mais de
40 mil participantes em conferências municipais, intermunicipais,
territoriais, estaduais, setoriais e temáticas reunidos em Brasília
entre os dias 23 e 26 de abril de 2012, reafirmamos a importância
estratégica da ATER pública, de qualidade, gratuita e continuada,
executada por instituições estatais e não estatais, para a construção do
desenvolvimento rural sustentável e solidário tendo como protagonistas
trabalhadores/as rurais, camponeses/as, acampados/as, assentados/as da
reforma agrária, povos indígenas, povos de terreiro e ciganos/as,
quilombolas, açorianos/as, atingidos/as por barragens mineradoras e
hidrelétricas, extrativistas, seringueiros/as, quebradeiras de coco,
fundos de pasto, faxinalenses, pescadores/as artesanais, ribeirinhos/as,
aquicultores/as familiares, caiçaras, marisqueiros/as,
retireiros/as, torrãozeiros/as, geraizeiros/as, vazanteiros/as,
pomeranos/as, pantaneiros/as, caatingueiros/as, dentre outros/as
segmentos citados e contemplados na PNATER, assim como as organizações
que os representam.
O modelo de desenvolvimento com o qual nos comprometemos, tem como
fundamentos o ordenamento fundiário com a realização de uma ampla e
massiva reforma agrária e a garantia dos direitos territoriais, defesa e
conservação dos recursos naturais e bens comuns, o fim das
desigualdades, a soberania e segurança alimentar e nutricional, o
fortalecimento da produção familiar e comunitária livre de agrotóxicos e
transgênicos, bem como o cooperativismo solidário como estratégias de
inclusão política, social, produtiva e econômica e ampliação do mercado
interno do País. A política de Assistência Técnica e Extensão Rural
tendo como princípios a agroecologia, o diálogo entre os saberes
tradicionais e científicos, a abordagem territorial, considerando as
especificidades de cada bioma e as diferentes identidades territoriais, é
um instrumento estratégico e essencial para o acesso às políticas
públicas no meio rural, a organização produtiva e econômica, e a
implantação e consolidação do novo desenvolvimento rural sustentável, e
deve ser fortalecida e consolidada.
Reconhecemos os avanços no processo de reestruturação da Ater pública,
iniciado em 2003, com a institucionalização da Política e do Programa
por meio da Lei Nº 12.188/2010, a construção de diretrizes, e o aumento
de recursos financeiros e orçamentários. No entanto, é necessário
enfrentar e superar os seguintes desafios:
1. Qualificar e ampliar a oferta de serviços de ATER, na perspectiva da sua universalização;
2. Construir um sistema nacional de ATER integrando as esferas atuantes
neste serviço no governo federal, nos governos estaduais e municipais e
incluindo as entidades não governamentais de ATER, as organizações da
sociedade civil e os movimentos sociais;
3. Articular as esferas estatais federal, estaduais e municipais e as
organizações da sociedade civil, assegurando nas suas especificidades
condições igualitárias de acesso aos recursos e de prestação de serviço
de qualidade;
4. Estruturar o MDA e o INCRA para que possam responder às crescentes demandas de expansão
da ATER, evitando a interrupção dos serviços e a instabilidade nas
entidades prestadoras de serviços, bem como fortalecer o CONDRAF e seus
comitês permanentes, garantindo as condições para a plena efetivação da
PNATER ;
5. Garantir recursos financeiros e orçamentários suficientes para a
universalização e boa qualidade dos serviços, sem cortes e
contingenciamentos que desestabilizam a execução dos serviços e a
implementação da Política;
6. Garantir a formação continuada dos profissionais de ATER nos
princípios, práticas e métodos da agroecologia, garantindo a expansão de
uma ATER de qualidade centrada na promoção do desenvolvimento rural
sustentável;
7. Universalizar a ATER priorizando estratégias de inclusão para os
povos indígenas, as comunidades quilombolas e os povos e comunidades
tradicionais ainda hoje à margem deste serviço;
8. Garantir que a ATER reconheça o papel e importância das mulheres no
desenvolvimento rural, por meio da promoção da autonomia econômica na
gestão, na produção e na comercialização fortalecendo sua cidadania, seu
processo organizativo e o seu protagonismo;
9. Estabelecer estratégias de atuação que propiciem o acesso às
políticas públicas para a juventude do campo, respeitando suas
especificidades, garantido a sua inclusão nas dinâmicas sociais,
culturais e organizativas de produção, agregação de valor,
comercialização, formação e educação contextualizada como forma de
garantir a sua permanência no meio rural e a sucessão na agricultura
familiar;
10. Ampliar e fortalecer os serviços de ATER que promovam o
desenvolvimento sustentável dos assentamentos da Reforma Agrária tendo
como referência os princípios da agroecologia orientado para a inclusão
social e produtiva e a segurança e soberania alimentar e nutricional;
11. Articular as ações e recursos do programa Brasil Sem Miséria a
outras políticas, de modo a integrar os setores mais pobres a processos
de desenvolvimento local, comunitário ou territorial envolvendo os
setores sociais mais dinâmicos e organizados;
12. Aperfeiçoar os processos de identificação das demandas, de
formulação das chamadas de ATER e planejamento de ações a partir das
realidades locais, assegurando o protagonismo das entidades
representativas do público da PNATER, de modo a viabilizar o uso das
metodologias participativas e das práticas da agroecologia, definidas
como princípios orientadores da PNATER;
13. Propiciar que a ATER contemple a sociodiversidade com metodologias,
projetos e formação que considere os públicos do campo, da floresta e
da água;
14. Estabelecer ações multidisciplinares para os povos indígenas,
quilombolas, povos e comunidades tradicionais, buscando valorizar o
conhecimento popular existente e o respeito a sua autonomia e a
preservação de suas culturas, valores e tradições;
15. Ampliar e fortalecer o serviço de ATER que promova o
desenvolvimento sustentável, propiciando o acesso a uma ATER
diferenciada e adequada para as populações indígenas, quilombolas e
demais povos e comunidades tradicionais, garantindo uma abordagem que
considere sua diversidade cultural, contribuindo para preservação das
tradições e promovendo o etnodesenvolvimento;
16. Reconhecer e fortalecer o cooperativismo solidário como instrumento
de organização econômica da agricultura familiar, assentados/as da
reforma agrária, povos indígenas, quilombolas, povos e comunidades
tradicionais e demais segmentos citados e contemplados na PNATER;
17. Assegurar que a Conferência Nacional de ATER seja realizada a cada
quatro anos com a finalidade de avaliar as diretrizes da PNATER e
deliberar sobre a implementação da política, garantindo que tais
deliberações sejam acolhidas no Plano Plurianual subseqüente. Nós,
participantes da 1a Conferência Nacional de Assistência Técnica e
Extensão Rural, conclamamos o governo federal, os governos estaduais e
municipais, o congresso nacional e a sociedade a responder positivamente
e com urgência a estas demandas, para que a ATER possa cumprir com
eficiência o seu papel estratégico na construção do Brasil que queremos:
um país rico e sem pobreza.
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