Muita ansiedade marcou a espera pela tão desejada entrega das carteiras de meia-passagem intermunicipal. O evento, que já havia sido desmarcado pela Comissão Gestora da Meia Passagem Intermunicipal por duas vezes, finalmente aconteceu na última sexta-feira, dia 17 de setembro, às 10h, em nosso campus. Auditório lotado, estudantes eufóricos, representantes dos transportes rodoviários, de órgãos do governo estadual e de entidades estudantis, além de dirigentes e estudantes de outras instituições de ensino. Sob aplausos, o mestre de cerimônia abre a solenidade solicitando que não seja mencionado durante as falas nada relacionado às eleições ou a qualquer candidato. Tudo certinho. Mas, logo no primeiro pronunciamento, a representante da UPES e uma das componentes da Comissão Gestora enfatiza que foi no governo atual que a meia passagem foi aprovada e pede aos estudantes que tenham cuidado em quem vão votar. O protocolo estava quebrado. Os pronunciamentos seguintes foram no intuito de orientar os estudantes quanto à utilização correta da carteira, apresentando slides com o design da mesma. Às 11h, ocorreu a grande frustração. Após o último pronunciamento, o presidente da Comissão Gestora encerrou abruptamente o evento, dispensando os estudantes, sem considerar alguns braços já levantados no intuito de fazer perguntas. O Grêmio Estudantil Edson Luiz, que fez parte da luta pela meia passagem intermunicipal (quem não se lembra de 2008, quando eles fecharam a BR 316 e caminharam até o Ministério Público?), não foi chamado para compor a mesa, sequer foi mencionado e não teve qualquer chance de se pronunciar ao final do evento, para revolta de alguns gremistas. Seja pela agenda talvez lotada de muitos compromissos dos integrantes da Comissão Gestora, seja talvez pela falta de interesse em discutir o assunto com a classe estudantil do campus, o fato é que o evento, pensado inicialmente pela CGAE como um bate-papo entre nossos estudantes e a Comissão Gestora, transformou-se em um momento meramente burocrático que parece ter sido feito para promover o governo estadual e a União Paraense dos Estudantes Secundaristas. O nosso campus, vale lembrar, sediou o evento, fez a divulgação e contribuiu na logística, mas não participou da elaboração da programação. Vários estudantes tiraram dúvidas ao final, em conversas mais particulares com alguns membros da Comissão Gestora (não teria sido mais fácil responder às dúvidas para a assembléia?)
502 carteirinhas foram entregues à instituição (praticamente 50% do total) e desde sexta-feira estão sendo entregues na CGAE. É sem dúvida um grande avanço e essa é a parte da euforia. Segundo os integrantes da Comissão Gestora, já estão valendo a partir de hoje, dia 20 de setembro. Estudantes cujas carteiras não forem aceitas deverão registrar o número do veículo, nome da empresa, dia e horário da recusa e fazer a denúncia à sua instituição de ensino (para a CGAE, no nosso caso), a qual encaminhará à ARCON para que a mesma tome as devidas providências.
Resta esperar para ver se os estudantes vão mesmo conseguir utilizar sua carteirinha a partir do dia de hoje. Em caso positivo, vamos conseguir nos lembrar com mais carinho de um evento no qual os donos da casa praticamente não tiveram voz. Toda nova lei encontra dificuldades no início de sua implementação. Se foram necessárias décadas para que se conquistasse esse direito, deve ser certo que a batalha atual dos estudantes é garantir que o mesmo seja respeitado pelas empresas de transporte. A luta pela meia intermunicipal, portanto, não acabou.
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