segunda-feira, 2 de maio de 2011

ÁGUA, FOGO, PREGO, HUMOR E INTEGRAÇÃO

Uma atividade integrada envolvendo uma equipe multidisciplinar e estudantes dos cursos de Agropecuária (Ensino Médio e Subsequente), Florestas, Meio Ambiente e Agronomia, tendo como programação a participação em um Dia de Campo e visitas a produtores, tudo muito bem planejado com execução prevista para dois dias. E seriam dois dias, não fosse por três elementos: a água, o fogo e o prego.

A saída do ônibus foi no dia 28 de abril, cedinho da manhã (por volta de 5 horas). O destino: Dom Eliseu. Tudo certo e sem problemas, até o aparecimento do primeiro elemento: á água.

Em função das fortes chuvas, o asfalto da rodovia Belém Brasília cedeu, o que gerou uma enorme cratera em um trecho de São Miguel do Guamá que sabe Deus quando será totalmente recuperado. Não dava para esperar. E o nosso aguerrido ônibus teve que dar ré e tentar o plano B: ir por Irituia. Tudo daria certo não fosse pelo segundo elemento: o fogo.

Os moradores das áreas de várzea de uma das localidades do município, irritados com a inundação provocada pela chuva (olha a danada aí de novo), queimaram galhos e pneus fechando a estrada, gerando uma fila interminável de veículos. Não bastasse esse fato, um trecho da estrada por onde havíamos passado também resolveu ruir e em um outro ponto da rodovia Belém Brasília os Sem-Terra também fecharam. Estávamos ilhados em Irituia. Era o jeito esperar.

À tarde, a estrada foi finalmente liberada. Um pouco de paciência na grande fila de veículos e depois de um razoável tempo, lá ia o busão do Campus Castanhal pinaaaado na pista até que... opa! Era chegado o terceiro elemento: o prego!

Já anoitecia e estávamos numa curva, com os celulares fora de área, tentando de todas as formas por fim ao prego do busão. Mas, criatividade não faltou para resolveu a situação. E depois de um pouco mais de paciência, com a ajuda da solidariedade humana, foi possível chegar a Dom Eliseu, todos sãos e salvos (exceto por alguns odores desagradáveis oriundos da prorrogação da viagem). Fomos jantar lá pelas 21 horas, depois de nos acomodarmos em três hotéis (sim, não encontramos um hotel com vagas para todos, o que reforçava a suspeita crescente do grupo de que havia um “pé frio” em nosso meio).

Contudo, o que pode parecer a descrição de uma atividade integrada frustrada, não o foi, ainda que tivesse 50% de sua programação comprometida. E isso se deve a um quarto elemento, presente na atividade ininterruptamente desde o início da jornada até sua conclusão: o humor.


Para quem está acostumado com grupos que nas primeiras situações de adversidade se deixam levar pelo pessimismo, pelo estresse e falam em desistir do propósito e voltar atrás, esta seria uma ótima oportunidade para aprender a lidar com situações problemas de uma forma diferente. Ninguém falou em voltar, ou em ter se arrependido do “maldito momento em que colocou os pés no ônibus” ou qualquer coisa parecida. Pode parecer piegas, mas isso se deve a um outro elemento presente também em todo o percurso: a integração.

Professores bem articulados e sem perder o foco inicial, conseguiram, junto aos estudantes, replanejar as atividades e potencializar ao máximo o aprendizado. E os estudantes, embora de cursos e turmas diversas, deram um grande exemplo de integração, onde foi possível perceber a troca de saberes entre estudantes de graduação, ensino médio e técnico. Nada de uma turma se sentindo melhor que a outra. Nada de veteranos se achando melhores que os calouros. Estudantes participativos e claramente interessados, que aproveitaram muito da experiência junto aos professores Ricardo Cordeiro, Welligton Sena, Jaime e Gil, tomando nota e registrando tudo o que podiam para a elaboração de artigos científicos e de seminários integrados.

O Dia de Campo que parecia ter sido perdido, pois ocorreria no dia em que vários transtornos impediram nossa chegada a Dom Eliseu pela manhã, foi recuperado com brilhantismo no dia seguinte: Valdecir, representante da empresa Pionner, conduziu nossa visita com exclusividade pela enorme plantação de milho e soja da propriedade de um grande produtor local. Muitas informações, esclarecimentos e o fortalecimento de uma parceria da Pionner com o IFPA Castanhal iniciada no I Dia de Campo do Milho realizado em 2010.

Em seguida, fomos para outra propriedade, dessa vez para observar projetos produtivos com goiabeiras. Muito bem atendidos, pudemos verificar a qualidade do fruto, recebendo muitas informações sobre o cultivo, manejo, colheita e comercialização do mesmo. Também conhecemos uma antiga agroindústria da região. E no final cada participante ainda ganhou o direito de levar goiabas (entenda-se, muitas goiabas).

A atividade foi encerrada por volta das 16 horas do dia 29, com o grupo tanto satisfeito quanto cansado. De forma descontraída, foram sorteados cinco obras da Embrapa, doação do professor colaborador Olinto, presente na viagem, além de outros prêmios improvisados pelos próprios participantes, como sabonetes usados, rolo de papel higiênico, garrafas de água mineral sem água mineral, meia suja, uma foto 3 x 4 de um estudante que não recordo o nome e outras relíquias do tipo.

A atividade integrada deverá gerar artigos científicos e seminários a serem socializados na comunidade escolar do Campus Castanhal.

A chegada de volta a Castanhal ocorreu na madrugada do dia 30 de abril.

Abaixo, mais fotos da atividade:












Um comentário:

  1. ESSA VISITA FOI TUDO DE BOM!!!!!!!!!!!!!!!
    MUITAS AVENTURAS, APRENDIZAGEM E HUMOR

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