quarta-feira, 9 de junho de 2010

Conheça um pouco mais de...

Maria José (Tia Maria do refeitório)

Maria José de Souza, cozinheira deste campus, muito antes de vir trabalhar aqui, morava em Fortaleza com a família. Em 1982, o marido viajou para Porto Velho, vindo a sofrer um infarto no ano seguinte. Sem esposo, com três filhos pequenos para criar e grávida de dois meses de seu 4º filho, Maria José foi trazida por seus pais para o estado do Pará. Neste mesmo ano, nasceu o 4º filho.

Maria José passou a lavar roupa pra fora para ajudar os pais. As dificuldades eram grandes, e às vezes Maria José não tinha sequer leite para dar ao seu filho. Dentre as pessoas para quem prestava serviços, estavam alguns servidores do conjunto residencial da Escola Agrotécnica Federal de Castanhal - EAFC/PA (hoje IFPA Campus Castanhal).

O ano de 1983 revelaria mais surpresas para Maria José. Afinal, foi ao final desse mesmo ano que o colega Geraldo, um dos servidores do conjunto residencial, perguntou se ela queria fazer o concurso da EAFC. Ela disse que sim, arrumou dinheiro, e fez prova. Só ficou sabendo que tinha passado quando uma senhora para quem ela lavava roupa disse: “Perdi minha lavadeira”. "Por quê? A senhora arranjou outra pessoa para lavar suas roupas?", Maria José perguntou. "Você passou no concurso da Escola Agrotécnica!" Enfim, uma notícia feliz naquele trágico ano e Maria José começou a trabalhar como servidora da EAFC no dia 15 de agosto de 1984, como auxiliar operacional de serviços diversos.

Maria José, inicialmente, trabalhava onde a colocassem (lavando banheiro, arrumando e limpando as salas, servindo lanche). Depois, foi mandada para o refeitório, onde continua até os dias atuais. Foi a partir de seu trabalho no refeitório que passou a ser uma servidora tão próxima dos estudantes, como uma verdadeira mãe. Nunca quis sair do refeitório. O colega João Norberto (Jacaré) foi admitido junto com ela, e continua trabalhando no refeitório com a mesma.

Segundo Maria José, antes o serviço da cozinha era mais pesado. Na época da gestão do professor Claudino, havia 400 internos. O diretor tinha que comprar uma carrada de bois em cada semestre, só para abate. O boi era abatido na própria escola e chegava apenas esquartejado na cozinha, e era aí que era feito toda a separação das partes, sendo cortado na faca mesmo (não tinha serra, como hoje). Havia mais servidores. Eram 10 pessoas e chegavam às 4 da manhã. Segundo a servidora, a escola também era mais produtiva e abastecia mais o refeitório com produção própria.

Falta só uns quatro anos para se aposentar, mas a tia Maria, como é conhecida, não tem pressa. “Não é qualquer doencinha que me afasta do serviço”. Um exemplo para muita gente.

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